"Quem
foi que falou que eu não sou um moleque atrevido?". A voz do sambista
Jorge Aragão ecoou no saguão do Morumbi quando Neymar desceu do ônibus e
caminhou para o vestiário. O craque ouvia e se inspirava. Tanta gente
boa em campo, mas ninguém com seu poder de decisão. A vitória do Santos
por 3 a 1 sobre o São Paulo, que resultou na classificação para a
final do Campeonato Paulista, tem o carimbo de Neymar.
De um Neymar centenário. Mais
que centenário. O gol 100, de pênalti, teve comemoração discreta. Sem
dancinhas, sem tchu, sem tcha... Seriedade de um clássico muito bem
jogado pelas equipes. No gol 101, homenagem a Juary, atacante dos anos
70 e 80 que viu sua marca ser exterminada pelo gol 102, marcado com a
colaboração de Denis e festejado, aí sim, com o gingado da certeza da
vaga. Com três gols, pediu música no Fantástico. Duas!
"Respeite quem pôde chegar onde a
gente chegou". O verso da música também explica o Santos, na decisão
pelo quarto ano consecutivo. Explica Neymar, que já chegou longe e
parece não ter limites. E explica o São Paulo, que chegou onde podia.
Com bons jogadores, mas frágil defensivamente durante todo Paulistão,
foi eliminado com boa atuação, mas sem um moleque tão atrevido assim. O
público pagante foi de 47.771 pessoas e a renda, R$ 2.033.374,00.
O Santos vai a Campinas no
próximo domingo para abrir a decisão contra o Guarani, que bateu a
Ponte Preta por 3 a 1 no Brinco de Ouro - será uma final inédita. Ao
São Paulo, resta a Copa do Brasil. Na próxima quarta-feira, no Moisés
Lucarelli, o time fará o primeiro jogo das oitavas de final contra a
Ponte.
Da Redação O Arauto Mamanguapense
Com informações Tribuna do Litoral PB
clenilsonpinto@yahoo.com.br
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