quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

BRASIL: Depoimento de Lindemberg em júri fica para quarta.

Eloá: Juíza e 
advogada
O segundo dia do julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel, em Santo André, terminou por volta das 23h desta terça-feira (14). O júri, que acontece no fórum da cidade do ABC, foi marcado nesta terça pelo bate-boca entre a advogada do réu, Ana Lúcia Assad, e a juíza Milena Dias.
Lindemberg Farias
O julgamento deve ser retomado nesta quarta (15) por volta das 9h. O depoimento mais aguardado do julgamento, o do réu Lindemberg, deve ocorrer durante o dia. O jovem nunca se pronunciou sobre o crime desde que foi preso, em outubro de 2008.
Advogada de defesa 
eloá
A advogada de defesa de Lindemberg Alves, Ana Lúcia Assad, voltou a causar polêmica durante o julgamento de seu cliente, que está respondendo a processo por ter mantido em cárcere privado sua ex-namorada Eloá Pimentel em outubro de 2008, o caso terminou com a morte da vítima.
Após encerrar suas questões para a perita da Polícia Civil Dairse Aparecida Pereira Lopes, uma das testemunhas de defesa ouvidas nesta terça-feira (14) - segundo dia do julgamento - , Assad pediu a juíza do caso para fazer mais algumas perguntas, o que foi indeferido pela magistrada.
“Em nome do princípio da verdade real, eu quero ouvir a testemunha de novo”, alegou a defensora. “Esse princípio não existe ou não tem esse nome”, retrucou a juíza Milena Dias. “Então a senhora precisa voltar a estudar”, disse a advogada.
Antes que a juíza pudesse responder a ofensa, a promotora Daniela Hashimoto interveio e disse que Assad poderia responder por desacato se fizesse comentários como esse. Ao fim, a magistrada permitiu que as novas questões fossem feitas.
Assad questionava a perita sobre um erro na numeração das armas que constavam no laudo. De acordo com Lopes, a troca de números de fato ocorreu, mas o erro já havia sido retificado.
Polêmicas
A advogada já ameaçou, por duas vezes, abandonar o plenário se pedidos seus não fossem atendidos: um deles, feito ontem, era sobre a convocação da mãe de Eloá como testemunha; o outro, de hoje, era justamente um recuo, pedindo que a mãe não falasse mais em juízo.
Ontem, a advogada também causou polêmica ao afirmar que a testemunha Nayara Rodrigues havia mentido, inventado coisas e forçado o choro. Durante o julgamento, Assad perguntou a Nayara se ela havia sido orientada pelos advogados a chorar.
Ao chegar ao Fórum de Santo André hoje, o advogado de Nayara, Marcelo Augusto de Oliveira, comentou a fala. "É preocupante. Essa afirmação, se é que ela afirmou, foi muito desrespeitosa. Eu, particularmente, não vi choro. Mas a Nayara teria todos os motivos para chorar." A jovem foi feita refém junto com Eloá e saiu ferida do cativeiro.
Oliveira afirmou que, nos três anos que defende Nayara, nunca houve instrução para que ela chorasse e que a jovem se sentiu acuada pela advogada de Lindemberg.
Já Ademar Gomes, advogado da família de Eloá, disse que os depoimentos de ontem apontam total responsabilidade de Lindemberg pelo crime, ainda que, na avaliação de Gomes, a polícia tenha errado na condução do caso.
“Agora será que o Lindemberg vai querer jogar a culpa na imprensa? Vai querer dizer que foi a arma da policia que matou Eloá? Temos a prova pericial de que arma que matou foi a de Lindemberg. A policia errou de fato, mas quem atirou foi ele", disse.
Para José Beraldo, advogado da família de Eloá, a estratégia da defesa de Lindemberg segue sendo a de minimizar o depoimento de Nayara. "A defesa caminha no campo movediço da dúvida. Tenta desestabilizar, desmoralizar e desqualificar o depoimento da Nayara, sendo que ele foi corroborado pelas demais testemunhas."
Ele vê como pouco eficaz essa estratégia, uma vez que as testemunhas da acusação concordam que o crime foi premeditado e que houve intenção por parte do réu de matar Eloá.
Ontem, em pleno júri, Assad e os advogados da família Pimentel já haviam trocado farpas.
Segundo a "Folha de S.Paulo", após Assad questionar o choro de Nayara, um dos advogados perguntou em tom de brincadeira: "A senhora quer que eu chore, pois eu choro". A defensora entregou, então, um lenço de papel a ele, ao que retrucou: "Preferia um de seda".

Da Redação O Arauto Mamanguapense
Com informações do Portal UOL
clenilsonpinto@yahoo.com.br

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